Proibitivos ou deveras
proibidos... Necessários e até úteis ou supérfluos e inúteis. Convenientes ou
inconvenientes... Essenciais ou desnecessários?... Baníveis ou permissíveis?...
O leque dos itens e das
indagações pode atingir o enfado... O essencial, todavia, pode ainda permanecer
oculto ou só e apenas comodamente no esquecimento. O que determina ou dá
prioridade?... O que mobiliza e o que acomoda?... O que já nasce e vem com cara
de fruto proibitivo? Ou o que precisa e necessita provocar, até mesmo matando
aos estreantes inocentes, para só daí então vir a ser considerado perigoso e
até potencialmente fatal? Para completar e assinalar frisando o enfoque dado ao
início acrescente-se perguntar quais deverão ser as atitudes e medidas a serem
adotadas?
Sinto-me já curioso,
apreensivo e cauteloso só em imaginar. Agora é a ocasião da ocorrência dos
fatos. Quando esta indagação for tornada em conhecimento já terá decorrido
algum tempo... E, então?... O que aconteceu? Foram proibidos, banidos e
colocados fora da lei ou tiveram a posse e a utilização somente restritas e
regulamentadas? Ou nem isto, ainda? Cair no comum esquecimento não será
possível e permitido ao caso tendo em vista a natureza da ocorrência. Esta não
será a última e passível de se olvidar porque virá a repetir-se inexorável com
a mesma persistência de sua previsibilidade.
Estou em referência óbvia ao
uso e abuso dos conhecidos veículos moto-aquáticos, denominados singela e
amavelmente de jetskis. E ao fato trágico da morte de uma criança, ainda menina
de quatro anos de idade em seu primeiro dia de praia na vida, quando foi
atropelada e... Morta.
Teria efetiva necessidade de
tão danosa ocorrência material para evidenciar a potencial periculosidade em meio
a uma densa e descontraída presença humana?
Por seu lado, o frescobol
teve necessidade de liquidar tão somente a tranquilidade e a despreocupação com
sua pequena bola de borracha para se tornar inconveniente e vir a ser
socialmente banido. Fico inteiramente favorável à interdição. É deveras
perigoso se considerar-se a consequência de uma bolada no nariz ou num olho.
Mas, ao comparar-se com o abalroar moto-náutico de algo movido a jato, fica-se
a indagar explicações.
Poderia ter escolhido a
peteca como objeto virtual danoso, mas como tanto suas características
operacionais, seu âmbito de exercício e o grau de incomodar sejam similares,
mantenhamos os parâmetros já estabelecidos.
Estabelecidos assim tais
parâmetros marginais, passemos a considerar o miolo da questão.
Qual vem a ser a escala de
valores? Quais as motivações efetivas psíquicas e psicológicas, mentais e
emocionais, sociais ou materiais, econômicas ou políticas, religiosas ou
filosóficas a estabelecerem limites lógicos e razoáveis? O que determinaria a
preocupação com o necessário e até o indispensável? E o que motiva e explica o
zelo banal com a mesquinharia e o supérfluo dispensável? Existem
indiscutivelmente os fatos e questões razoáveis, afinal não estamos diante da
loucura total e desbragada, caso este em que a inviabilidade já estaria
estabelecida e efetivada, embora pareça estar faltando pouco. Porém, persistem
simultaneamente as falhas inexplicáveis e permanentes, enquanto florescem
gratuitas e sobejamente as flores do mal.
Para citar alguns exemplos
de ambas as situações indicadas e não pairar dúvidas vai-se ao elenco possível,
constatando agora no ato, que para cada caso necessário e indispensável
ocorreram-me diversos dos supérfluos dispensáveis, ou discutíveis, ao menos
sanguinária e fisicamente inócuos.
Assim, teremos:
Jetski / Frescobol. Armas de
fogo(com registro e porte) / Idem(sem papéis). Armas brancas e porretes /
Topless, nudismo. Álcool e nicotina / Fuminho maroto. Agressivos e estressados
ao volante (habilitados) / Utilização de bermudas, chinelos,
óculos, cadeirinhas, estojos de primeiro socorro, cintos de
segurança, luzes e lampadinhas. Matar o guarda florestal (crime afiançável) /
Derrubar árvore ou caçar um tiziu ou tico-tico (inafiançável).
Sinto interromper tanto a
citação quanto a indicação, porém ocorre-me a necessidade de lembrar que o fato
não é novo ou nem atual e moderno. Já desde eras egípcias e babilônicas
encontraremos relatos, lendas e história em
torno. Em registros
legais petrificados como o caso da conhecida Pedra de Roseta na qual
Champollion clareia tradução aos enigmáticos hieróglifos temos banalidades
tratadas. Escritos doutrinários de preceitos orientais não escapam. Livros
religiosos bíblicos hebreus permeiam respeitosa sabedoria com relatos de
banalidades históricas versando desde a própria criação humana com detalhada e
precisa fixação de data, época, métodos e meios, também até para o planeta e o
próprio universo. Silêncio a respeito seria mais valioso. Porém deixaria o
vazio insuportável... e então vence a lorota...
Na incipiente sabedoria
grega floresce a filosofia e Sócrates, ao priorizar a indagação desponta com
aquela corajosa inovação, na sua constatação de que sabia que nada sabia. Mas,
mesmo lá, é afinal silenciado com cicuta. Pois até ali, existiam Deuses
poderosos e tenebrosos nos cumes do Olímpo.
Dentro de mais três a quatro
séculos surge outro inovador corajoso na sua mansidão. Pouco afirma e quase
nada contrapõe, mas compara muito da realidade já materialmente estabelecida.
Com suas parábolas, gestos,
atitudes, ensinamentos estabeleceu o perdão e o amor ao próximo, como novidades
potencialmente salvadoras da humanidade. Sem negar o divino esotérico conceitua
a duplicidade virtual entre criador e criatura, pai e filho, estabelecendo
igualdade entre o eu em si e seu semelhante. Tal a revolução conceitual,
ideológica, religiosa, dogmática, filosófica, moral, até já humanística e
potencialmente social, bem como também revolucionária em termos de psicologia
aplicada ao ser em si e que provocou a maior, ou pelo menos uma das maiores
mudanças na expressão de conteúdo da espiritualidade humana: o Cristianismo.
Novamente então, repetindo a
reação grega, ao ver os seus interesses sacerdotais em perigo ameaçados, a
classe de druidas com poderes estabelecidos reage prontamente alarmada.
Estabelece argutamente a Poncio Pilatus, ainda que com as mãos lavadas, como conveniente
testa de ferro representante do poder Romano em vigor reinante e felina e
habilmente mais uma vez mortalmente ataca. Desta vez a crueldade aponta suas
garras, ao comparar-se com a enaltecida, doce e elogiada anestesia da cicuta
relatada pela ferina ironia do gigantesco mestre heleno.
A consubstanciar-se numa
indicação de ser o humor Divino, na contrapartida da doida, doentia e burra,
ainda que esperta e sagaz idiotice Maligna, aquele martírio feroz que pretendia
ser tão destruidor no ato em si como em futuro e para sempre aniquilador,
estabeleceu-se no fato a enaltecer e consagrar definitivamente em infinita
glória os ensinamentos, a doutrina e o supliciado. Agora, ironia aplicada ao
caso, faz transcender até a imagem do acontecimento e do próprio condenado
quando enaltece até o instrumento do suplício, também como objeto sagrado. Hoje
não só o conjunto cenário da crucificação como mesmo o retratar pessoal
imaginário de Jesus, mas a própria cruz se faz consagrada.
Isto é ímpar, quase
inexplicável e até incompreensível sendo o único caso assim estabelecido e não
abominado. Não veremos a corda isoladamente como representação simbólica do
heroísmo de Tiradentes e nem a caneca de veneno lembrando sabedoria, a coragem
pessoal e cívica e a inteligência de Sócrates. Nem cepo, machados e guilhotina
enaltecendo revoluções e revolucionários, ou fuzis, metralhadoras e paredões
representando outros mártires.
A tomarem-se tais
ocorrências como marcos estabelecedores de fixação do período para a idade
áurea da humanidade, como de fato o são, continuemos observando e analisando o
desdobrar dos acontecimentos posteriores. Após aquelas fases mergulhou a
humanidade em obscuros tempos medievais. Quando tornou em renascimento o
clássico e o elevado das categorias referidas já voltou deturpado ou até
vinculado aos interesses opostos a que inicialmente combatia. Assim, a retomada
positiva alcança e abrange muito mais ao interesse materialista do que aos
conceituais, ficando na prática estagnados ou quase inalterados os princípios
elementares e todo o relativo ao emocional, ao psicológico e ao espiritual.
Aconteceram novidades, sim,
até muitas. Citemos apenas ao mestre Sigmund Freud, exemplificando no caso dos
primeiros dois aspectos apontados. Mas, o espiritual apenas se deturpou,
dividiu e até deteriorou enquanto materialmente disparou-se da tecnologia
elementar dos meros arco e flecha e da roda até aos foguetes e naves espaciais,
dos escritos a carvão e tinta em pergaminhos à mídia eletrônica e aos recursos
da inteligência morta, mas mesmo assim poderosa e rica dos métodos artificiais.
Na medicina partiu-se dos ensinos de Hipócrates e do conhecimento das ervas e
cirurgias elementares aos transplantes de órgãos vitais, imunologia avançada,
segredos genéticos básicos e descobriu-se a sequência helicoidal do DNA.
Agora dispondo
cumulativamente conhecer até mistérios do espaço e do tempo com a visão da
relatividade de Albert Einstein, tendo pisado na face da Lua e adquirido poder
e a capacidade de manipular e criar a vida nos laboratórios, ainda não sabe,
não quer ou não pode abandonar a
barbaridade. Se apenas adolescentes irresponsáveis tomassem jetskis ali
disponíveis como um fuzil sobre uma mesa ou dependurado numa parede como
ornamentação, seria pouco. Acontece, todavia, de poderosos presidentes, chefes
nacionais e preparados generais praticarem atos piores, mais sanguinários, e
ainda, conscientes, calculados e premeditados, impunemente. Portanto, não fica
incompreensível assistir a trucidamentos inimputáveis culposos, barbaridades
diplomática e politicamente legais, em convivência com níveis de criminalidade
sociais também estarrecedores.
Deveria sim ser
politicamente inaceitável, socialmente muito preocupante e civicamente
inadmissível. Mas, porém, todavia, contudo... Estão acontecendo!...
Existe solução ou remédio?
Só Deus é que sabe...
E, não só parece, mas existe
registro escrito apocalíptico alertando que... Não!
E agora... José?!
Esperemos para ver...
Pessoalmente, vou levando a
vida de observador estratégico, como espectador privilegiado um tanto quanto
fora da trajetória das balas... muitos cuidados e apenas parcialmente a salvo.
Já procurei intervir para tentar mudar a trajetória descrita e senti a
inviabilidade quase sendo massacrado... Predomina evidente a já referida doida
idiotice Maligna, que parece confiar e esperar mais da burra e ineficaz ação
repressiva de contenção de resultados do que na erradicação das causas.
É de imaginar-se ainda hoje
a dura luta de um sábio como foi o então visionário da medicina Dr. Oswaldo
Cruz, a pregar e bater-se pela erradicação do mosquito transmissor do mal com
prioridade ao tratamento sintomático das febres.
E, então?!... O que
aconteceu? Proibidos? Banidos? Regulamentados?...
Ou, nem isto, ainda?...
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